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04 / Fevereiro / 1959

Zeca Pagodinho

Por History Channel Brasil em 06 de Março de 2015 às 12:51 HS
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Zeca Pagodinho, batizado de Jessé Gomes da Silva Filho, nasceu no Irajá, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, em 4 de fevereiro de 1959, e foi criado em Del Castilho. Filho de Jessé e Dona Irinéa, foi o quarto de uma família de cinco crianças. Com mais de 20 discos gravados e 30 anos de carreira, é considerado o grande nome nacional do samba e do pagode. É o sambista que mais vende discos - estima-se que em torno de 12 milhões - e o primeiro artista de samba a gravar um especial pela MTV Brasil, canal televisivo conhecido pela sua tradição pop-rock.

Desde pequeno, Zeca Pagodinho frequentava as rodas de samba no subúrbio do Rio de Janeiro. Desinteressado pela escola, largou os estudos ainda no ensino fundamental. Contudo, gostava de ler e tinha facilidade para compor versos. Nos anos 70, o partido-alto começa a se tornar uma febre nos subúrbios do Rio. E entre um samba e outro, Zeca fazia bicos de feirante, camelô, office-boy, contínuo e anotador de jogo do bicho. Desta época, fez grandes amizades, entre elas com Sérvula, Dorina, Paulão Sete Cordas, Monarco, Mauro Diniz, Almir Guineto, Bira Presidente, Beto Sem Braço e Arlindo Cruz.

 

Ajuda da "madrinha" famosa 

A cerveja e a cachaça são os piores inimigos do homem. Mas o homem que foge dos seus inimigos é um covarde.

Na virada para os anos 80, ganhou o nome artístico de Zeca Pagodinho. Com o apoio da “madrinha”, a cantora Beth Carvalho que gravou a composição Camarão que Dorme a Onda Leva (letra de Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz), passou a fazer pequenos shows e teve músicas gravadas por Alcione e pelo Fundo de Quintal.

Em 1986, veio o primeiro disco solo, um grande sucesso de crítica e vendas. Era o começo da era de ouro do pagode no Brasil. Zeca Pagodinho emplacou sucessos como "Coração em Desalinho", "Quando Eu Contar (IáIá)", "Judia de Mim" e "Brincadeira tem Hora", atingindo a marca de um milhão de cópias vendidas. No final desta década, até o começo dos anos 90, sua produção musical foi intensa. Lançou os álbuns Jeito Moleque (1988), Boêmio Feliz (1989), Mania da Gente (1990), Pixote (1991), Um dos Poetas do Samba (1992) e Alô, Mundo! (1993).

Em 1995, deixou a gravadora Sony-BMG e foi para a Universal, onde gravou "Samba Pras Moças" (1995) que tem em seu repertório sambas como, "Vou Botar teu Nome na Macumba" (parceria com Dudu Nobre) e "Guiomar" (de Nei Lopes). O próximo disco “Deixa Clarear" (1996) traria alguns dos maiores sucessos da sua carreira como "Verdade", “Conflito", "Não Sou Mais Disso" e "Jiló com Pimenta".

 

Deixa a Vida Me Levar

O pouco com Deus é muito e o muito sem Deus é nada.

Camarão que dorme a onda leva/Hoje é o dia da caça/Amanhã do caçador.

Com o nome reconhecido e a agenda cheia de shows, a consagração veio com o álbum Deixa a Vida Me Levar (2002), que ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba - os outros concorrentes na categoria eram todos artistas brasileiros. Fora isso, a música-título do disco virou tema da Copa do Mundo 2002, em que o Brasil conquistou o título de pentacampeão de futebol.

No ano seguinte, Zeca foi o primeiro sambista a gravar um Acústico MTV, em 2003, e o primeiro artista da música brasileira a fazer um Acústico 2, em 2006, motivado pelas boas vendas - 700 mil CDs e 300 mil DVDs. Na década seguinte, fez uma homenagem à madrinha Beth Carvalho com o álbum 'Vida da Minha Vida, dedicado à cantora.

Em 2013, o sambista celebrou 30 anos de carreira com o disco “Zeca Pagodinho Multishow Ao Vivo: 30 anos, Vida que Segue”, onde interpreta sambas de sua história afetiva. Estão no trabalho músicas como “Trem das Onze” (Adoniran Barbosa), “Diz Que Fui Por Aí” (Zé Keti e Hortênsio Rocha), “O Sol Nascerá” (Cartola e Elton Medeiros), “Mascarada” (Zé Keti e Elton Medeiros), “Aquarela Brasileira” (Silas de Oliveira)  em belos arranjos e participações especiais de Zé  Menezes, Paulinho da Viola, Marisa Monte, Yamandú Costa, Hamilton de Holanda, Mauro Diniz, Rildo Hora, entre outros.

 

Simplicidade e cervejinha no boteco

Se eu quiser fumar eu fumo, se eu quiser beber eu bebo. Eu pago tudo que eu consumo com o suor do meu emprego.

No ano seguinte, teve um perfil biográfico publicado no livro Zeca – Deixa o Samba me Levar, escrito pelos jornalistas Jane Barboza e Leonardo Bruno. Também em 2014, foi lançado o " Sambabook Zeca Pagodinho", projeto multimídia, onde vários artistas, como Alcione, Diogo Nogueira, Gilberto Gil, Jorge Aragão, Lenine, Maria Rita, Beth Carvalho, Djavan, Marcelo D2, Jorge Ben Jor e a Velha Guarda da Portela, entre outros, interpretam músicas compostas pelo sambista.

Apesar do sucesso ao longo de tanto tempo, Zeca Pagodinho se mantém fiel ao seu jeito simples e de família. Desde o começo da carreira é casado com Mônica, com quem teve quatro filhos. Tornou-se avô em 2010 e o que mais gosta de fazer é ficar no sítio de Xerém, onde viveu de 1990 a 2002. Por conta da edução dos filhos e demais compromissos vive na Barra da Tijuca. Mas isso não o impediu de descobrir os botecos da região para beber sua cervejinha e jogar conversa fora.