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Anomalia magnética sobre o Brasil cresce e preocupa pesquisadores

A região também é conhecida como "Triângulo das Bermudas do Espaço", pois satélites e naves espaciais que passam por ali podem sofrer interferências e danos
Por History Channel Brasil em 20 de Dezembro de 2021 às 18:26 HS
Anomalia magnética sobre o Brasil cresce e preocupa pesquisadores-0

Um novo relatório da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) sobre o estado do campo magnético do planeta Terra deixou pesquisadores em alerta. Isso porque os dados apontam o aumento da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), uma espécie de defasagem na proteção magnética da Terra que ocorre sobre as regiões Sul e Sudeste do Brasil. A região também é conhecida como "Triângulo das Bermudas do Espaço", pois satélites e naves espaciais que passam por ali podem sofrer interferências e danos.

Anomalia Magnética do Atlântico Sul

A ESA (Agência Espacial Europeia) já havia alertado para o crescimento gradativo da Anomalia Magnética do Atlântico Sul entre 1970 e 2020. Segundo o o novo relatório, em 2021 ela continuou a aumentar e a se mover para o Oeste com seu centro deslocado por cerca de 50 quilômetros ao nível do mar em direção à América do Sul. De acordo com um estudo publicado no ano passado, o campo magnético da Terra perdeu 9% de força nos últimos 200 anos, sendo o maior impacto na região da anomalia. 

"Por que as agências espaciais têm interesse na anomalia? Porque como essa região tem um campo mais enfraquecido, as partículas do vento solar entram nessa região com mais facilidade, o fluxo de partículas carregadas que passam por aquela área é muito mais intenso", explicou anteriormente Marcel Nogueira, doutor em Física e pesquisador do Observatório Nacional. 

Anomalia Magnética do Atlântico Sul

"Isso faz com que os satélites, quando passam por essa região, tenham que, por vezes, ficar em stand by, desligar momentaneamente alguns componentes para evitar a perda do satélite, de algum equipamento que venha a queimar. Porque a radiação, principalmente elétrons, nessa região é muito forte. Então é de interesse das agências espaciais monitorar constantemente a evolução dessa anomalia, principalmente nessa faixa central", completou Marcel.

Além das informações sobre o crescimento da AMAS, o relatório da NOAA aponta que as mudanças não lineares no campo magnético da Terra permaneceram pequenas nos últimos dois anos. Desde a 2020, o polo magnético Norte  moveu-se a uma velocidade média de 44 km/ano e sem qualquer mudança perceptível na direção. Tais movimentos levaram a pequenas mudanças na forma e localização das zonas de blecaute (WMM), onde a precisão da bússola é menor.



 

Fontes
MetSul e Agência Brasil
Imagens
ESA/Divulgação e iStock