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Cientistas criam vodca produzida com ingredientes cultivados em Chernobyl

Por History Channel Brasil em 09 de Agosto de 2019 às 13:39 HS
Cientistas criam vodca produzida com ingredientes cultivados em Chernobyl-0

Uma equipe de cientistas criou uma vodca artesanal a partir de água e grãos cultivados na região ucraniana de Chernobyl, palco do pior acidente nuclear da história. Apropriadamente, a bebida foi batizada de "Atomik". De acordo com os pesquisadores, ela não oferece riscos aos consumidores.

A ideia dos criadores da vodca é ajudar a recuperar a economia da zona de exclusão de Chernobyl. Jim Smith, da Universidade de Portsmouth, espera que a bebida possa ser vendida por uma "empresa social" chamada Chernobyl Spirit Company, com 75% dos lucros retornando à comunidade local. “Acho que essa é a garrafa de destilado mais importante do mundo, pois poderia ajudar na recuperação econômica das comunidades que vivem em áreas abandonadas”, disse ele.

A radioatividade está presente nos grãos utilizados para a fabricação da bebida, produzidos em uma fazenda na zona de exclusão. Mas, após o processo de destilação da vodca, as impurezas são reduzidas e a radiação resultante é irrisória, garantem os especialistas da Universidade de Portsmouth. Ainda há algumas questões legais para se resolver, mas a Chernobyl Spirit Company espera começar em breve a produção experimental em pequena escala da vodca Atomik.

A zona de exclusão de 4200 quilômetros quadrados foi criada em volta de Chernobyl após o acidente que atingiu uma usina nuclear, em 1986. Cerca de 300 mil moradores foram permanentemente evacuados de suas casas. A região foi declarada insegura para habitação humana por 24 mil anos devido à radiação. Há anos, cientistas estudam a área para entender como o solo se recuperou desde o vazamento nuclear. "Há pontos críticos de radiação (na zona de exclusão), mas a maior parte da contaminação é menor do que a encontrada em outras partes do mundo com radiação de fundo natural relativamente alta", diz Smith.


Fontes: BBC e The Guardian

Imagem: James Smith/Universidade de Portsmouth/Reprodução