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Cientistas detectam misteriosa "batida do coração cósmica" vinda de galáxia distante

Emissões periódicas vêm de um ponto situado a vários bilhões de anos-luz da Terra
Por History Channel Brasil em 15 de Julho de 2022 às 19:16 HS
Cientistas detectam misteriosa "batida do coração cósmica" vinda de galáxia distante-0

Astrônomos detectaram um sinal de rádio estranho e persistente vindo de uma galáxia distante que parece pulsar com surpreendente regularidade. Comparado com uma "batida do coração cósmica", o fenômeno é classificado como uma explosão de rádio rápida, ou FRB (emissão intensamente forte de ondas de rádio de origem astrofísica desconhecida, que normalmente dura alguns milissegundos). No entanto, esse novo sinal persiste por até três segundos, cerca de mil vezes mais longo do que a média.

FRB 20191221A

Os cientistas também observaram que essas rajadas de ondas de rádio se repetem a cada 0,2 segundos em um padrão semelhante a um coração batendo. O sinal, batizado de FRB 20191221A, é o FRB mais duradouro e com periodicidade mais clara detectado até o momento. A fonte misteriosa do sinal está em uma galáxia distante, a vários bilhões de anos-luz da Terra (astrônomos suspeitam que ele possa emanar de estrelas de nêutrons, como um pulsar ou um magnetar).

“Não há muitas coisas no universo que emitem sinais estritamente periódicos”, disse Daniele Michilli, pós-doutorando no Instituto Kavli de Astrofísica e Pesquisa Espacial do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). “Exemplos que conhecemos em nossa própria galáxia são os pulsares de rádio e magnetares, que giram e produzem uma emissão semelhante a um farol. E achamos que esse novo sinal pode ser um magnetar ou pulsar que tomou esteroides”, completou.

Um estudo descrevendo a descoberta foi publicado na revista Nature. Agora, os cientistas esperam detectar mais sinais periódicos dessa fonte, o que poderia servir como um relógio astrofísico. Por exemplo, a frequência das emissões e o modo como elas mudam à medida que a fonte se afasta da Terra podem ser usadas para medir a taxa na qual o universo está se expandindo.

Fontes
Instituto de Tecnologia de Massachusetts
Imagens
iStock