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Descoberta de microplásticos em placentas humanas preocupa cientistas

Todas as 62 amostras testadas para um novo estudo continham as substâncias
Por History Channel Brasil em 23 de Fevereiro de 2024 às 13:02 HS
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Uma série de estudos recentes descobriu que os microplásticos estão presentes em praticamente tudo o que consumimos, desde água engarrafada até carne e alimentos vegetais. Agora, pesquisadores usaram uma nova ferramenta analítica para verificar a presença dessas substâncias em placentas humanas. Em todas as 62 amostras testadas para o novo estudo, o resultado deu positivo.

Motivo de preocupação 

Segundo o estudo, publicado no periódico Toxicological Sciences, as concentrações de microplásticos nas placentas testadas variaram de 6,5 a 790 microgramas por grama de tecido. Embora esses números possam parecer pequenos (um micrograma é um milionésimo de grama), Matthew Campen, pesquisador da Universidade do Novo México e líder do estudo, está preocupado com os efeitos na saúde de um volume cada vez maior de microplásticos no meio ambiente.

Microplásticos

“Caso a dose continue subindo, iremos começar a nos preocupar. Se estamos observando efeitos nas placentas, então toda a vida dos mamíferos neste planeta poderá ser afetada. Isso não é bom", afirmou Campen.

Os pesquisadores descobriram que o polímero mais prevalente no tecido placentário era o polietileno, usado para fazer sacolas plásticas e garrafas. Ele foi responsável por 54% do total de plásticos. O cloreto de polivinila (mais conhecido como PVC) e o náilon representaram, cada um, cerca de 10% do total, sendo o restante composto por outros nove polímeros.

O plástico descartado começa a se decompor com a exposição à radiação ultravioleta presente na luz solar. “Isso acaba nas águas subterrâneas e, às vezes, aerossoliza e acaba no nosso meio ambiente”, disse Marcus Garcia, pesquisador que participou do estudo. “Não estamos obtendo isso apenas por ingestão, mas também por inalação. Não afeta apenas a nós humanos, mas também a todos os nossos animais – galinhas, gado – e todas as nossas plantas. Estamos vendo isso em tudo”, completou.

Fontes
Universidade do Novo México
Imagens
iStock