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Inteligência Artificial “revive” moléculas neandertais para criar novos antibióticos

Desextinção molecular poderá ser usada para desenvolver remédios capazes de tratar infecções causadas por bactérias altamente resistentes 
Por History Channel Brasil em 04 de Agosto de 2023 às 12:50 HS
Inteligência Artificial “revive” moléculas neandertais para criar novos antibióticos-0

Cientistas apostam na desextinção molecular (conceito que envolve a recuperação de moléculas de vida extinta) para desenvolver novos medicamentos. Em um novo estudo, cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, conseguiram ressuscitar moléculas com propriedades antibióticas encontradas em organismos extintos, mais especificamente de neandertais e denisovanos (população de humanos primitivos que viveram na Ásia). Para isso, eles contaram com a ajuda da Inteligência Artificial. 

Sequências genéticas

Para fazer a desextinção, os cientistas utilizaram métodos computacionais que analisaram dados de sequências genéticas de neandertais e desinovanos. Em seguida, eles treinaram um modelo de IA para fazer previsões sobre quais moléculas poderiam produzir antibióticos eficazes para humanos modernos. Depois que o algoritmo identificou as candidatas mais fortes, os pesquisadores criaram essas moléculas em laboratório e as testaram em camundongos infectados. Algumas delas combateram infecções bacterianas de forma eficaz.

“Isso é algo completamente novo. Criamos o termo ‘desextinção molecular’ e este é o primeiro artigo revisado por pares que o descreve”, disse César de la Fuente, coautor do estudo, em entrevista ao site Vox. “Portanto, é muito emocionante para nós”, completou.

A descoberta pode revolucionar a medicina, pois os antibióticos atuais estão se tornando cada vez mais ineficazes, já que as bactérias se adaptaram a eles. O desenvolvimento de novos antibióticos também diminuiu nas últimas décadas, e muitos dos que estão atualmente em uso têm mais de 30 anos. Assim, a desextinção molecular poderá abrir caminho para o surgimento de novos tratamentos.

Fontes
Vox e Infobae
Imagens
iStock