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Material encontrado por cientistas em meteorito de 50 mil anos pode revolucionar a eletrônica

Estrutura jamais vista tem potencial para ser usada em dispositivos de carga ultrarrápida
Por History Channel Brasil em 26 de Agosto de 2022 às 19:57 HS
Material encontrado por cientistas em meteorito de 50 mil anos pode revolucionar a eletrônica-0

Um grupo de cientistas encontrou uma microscópica estrutura desconhecida incrustrada nos diamantes dentro de um meteorito que caiu nos Estados Unidos há 50 mil anos. Segundo os pesquisadores, o material tem potencial para ser utilizado pelo setor de tecnologia para criar equipamentos eletrônicos de carga mais rápida ou implementar novos tipos de tecnologia. A descoberta é tema de um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Canyon Diablo

Para o estudo, os cientistas fizeram exames cristalográficos e espectroscópicos detalhados no meteorito de ferro "Canyon Diablo", encontrado em 1891 no deserto do Arizona. Os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir que a rocha espacial contém diamantes, embora não do tipo comum. Ao invés disso, eles apresentam uma estrutura cristalina hexagonal conhecida como lonsdaleíta, que se forma em condições muito altas de temperatura e pressão.

Meteorito Canyon Diablo
Meteorito Canyon Diablo (Imagem: James St. John (CC BY 2.0), via Wikimedia Commons

Os cientistas também notaram um fenômeno incomum ao analisar a lonsdaleíta no meteorito. Eles descobriram prolongamentos de outra substância à base de carbono, chamada grafeno, interagindo com o diamante, ao invés das formações hexagonais puras que haviam previsto. Essas estruturas são conhecidas como diáfitos.

Como esses prolongamentos de grafeno foram encontrados dentro de meteoritos, os pesquisadores agora podem aprender mais sobre como eles surgem e, consequentemente, como criá-los em laboratório. "Através do crescimento controlado de camadas de estruturas, deve ser possível projetar materiais que sejam ultraduros e também maleáveis, bem como propriedades eletrônicas ajustáveis de um condutor a um isolante", disse Christoph Salzmann, químico da University College London e coautor do estudo.

Fontes
University College London, Interesting Engineering e Live Science
Imagens
iStock