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Módulo do Japão "ressuscita" e surpreende ao sobreviver à noite lunar

Equipamento enviado para explorar a Lua está durando mais do que os cientistas haviam planejado
Por History Channel Brasil em 26 de Fevereiro de 2024 às 11:52 HS
Módulo do Japão "ressuscita" e surpreende ao sobreviver à noite lunar-0

O módulo SLIM, da Agência Espacial do Japão (JAXA) voltou a surpreender ao "ressuscitar" e responder a um sinal enviado da Terra. Assim, o equipamento sobreviveu a uma noite lunar, que ocorre quando a superfície da Lua não está exposta ao Sol, e dura cerca de 14 dias. Inicialmente, o dispositivo não havia sido projetado para atravessar esse período.

Vida útil prolongada

Há quase um mês, o módulo SLIM (sigla para “módulo de pouso inteligente para investigar a Lua”) já havia surpreendido a JAXA quando voltou a funcionar depois de ter sofrido problemas técnicos na hora do pouso. Isso porque, ao alcançar o solo da Lua, no dia 19 de janeiro, a nave pousou de cabeça para baixo. Devido a essa posição, suas células solares não absorviam a luz solar, mas o problema foi resolvido após a mudança de direção do Sol.

Módulo lunar SLIM

Depois de alguns dias, o módulo de pouso adormeceu novamente quando a escuridão voltou. Como o equipamento não havia sido projetado para atravessar as noites lunares, os cientistas da JAXA não sabiam se ele iria despertar mais uma vez. “Ontem enviamos um comando, ao qual o SLIM respondeu”, diz um comunicado da agência espacial divulgado nesta segunda-feira (26/02). 

“O SLIM conseguiu sobreviver a uma noite na superfície da Lua, mantendo sua função de comunicação”, afirmaram os cientistas. Segundo a JAXA, as comunicações “foram encerradas após um curto período de tempo, pois ainda era meio-dia lunar e a temperatura do equipamento de comunicação estava muito elevada. Estão sendo feitos preparativos para retomar as operações quando as temperaturas dos instrumentos esfriarem o suficiente”.

A SLIM pousou na borda de uma cratera equatorial conhecida como Shioli, a 55 m do local de pouso planejado. A JAXA descreveu a façanha como um "pouso de precisão sem precedentes", pois nunca antes uma espaçonave havia atingido o solo lunar de forma tão precisa. A tecnologia de pouso pode ajudar na exploração futura dos polos montanhosos da Lua, vistos como uma fonte potencial de combustível, água e oxigênio. A missão também analisará a composição das rochas em busca de pistas sobre a origem da Lua. 

Fontes
The Guardian
Imagens
JAXA/DIVULGAÇÃO