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Nova técnica de seleção de espermatozoides pode prejudicar nascimento de meninas

Por History Channel Brasil em 23 de Agosto de 2019 às 18:33 HS
Nova técnica de seleção de espermatozoides pode prejudicar nascimento de meninas-0

Cientistas japoneses criaram uma nova técnica de seleção de espermatozoides. Por meio dela, futuramente pais poderão escolher se querem ter filhos ou filhas. Mas especialistas alertam que isso pode resultar numa redução no nascimento de meninas.

O novo método já foi testado de forma bem-sucedida em camundongos. A técnica se baseia em uma substância química que se liga a proteínas genéticas e pode retardar o movimento dos espermatozoides portadores de cromossomo X sem afetar os portadores de cromossomo Y (o sexo feminino possui dois cromossomos X, enquanto o masculino tem um X e um Y). Quando os pesquisadores usaram esse método nos camundongos, descobriram que a seleção dos espermatozoides mais rápidos resultou em 90% de filhotes do sexo masculino. Quando eles usaram espermatozoides mais lentos, os filhotes resultantes eram 81% fêmeas.

Masayuki Shimada, pesquisador da Universidade de Hiroshima e co-autor do projeto, afirma que a técnica poderá ser útil na área agropecuária para selecionar o sexo dos animais. "Em uma fazenda de gado leiteiro, o valor de uma vaca é muito maior que o de um boi, porque só elas produzem leite", disse. Ele também acredita que o processo poderá ser aplicado em humanos e outras espécies futuramente. 

Entretanto, cientistas alertam para os problemas éticos que envolvem a aplicação desse procedimento em humanos. “Estou preocupado com o impacto social disso", diz Alireza Fazeli, da Universidade de Tartu, na Estônia. Ele diz que se os produtos químicos fossem adicionados a um gel aplicado dentro da vagina antes do sexo, isso seria suficiente para aumentar bastante as chances de um casal conceber um menino. Especialistas acreditam que haveria demanda para esse produto em países que dão mais valor a filhos homens, diminuindo assim o nascimento de meninas.


Fontes: The Guardian e New Scientist

Imagem: Shutterstock.com