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Canibalismo e sacrifício: encontrados vestígios de massacre do século XVI no México

Por History Channel Brasil em 27 de Janeiro de 2021 às 16:20 HS
Canibalismo e sacrifício: encontrados vestígios de massacre do século XVI no México-0

Arqueólogos do México encontraram vestígios de um episódio sangrento da época dos conquistadores espanhóis. Durante as escavações, os pesquisadores descobriram evidências de uma história que aconteceu no século XVI e envolveu sacrifícios, canibalismo e vingança. O estudo foi conduzido pelo Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH).

Segundo os pesquisadores, membros do povo indígena Acolhua (espécie de cultura-irmã dos Astecas) capturaram cerca de 450 pessoas de uma caravana espanhola na localidade de Zultépec, em 1520. Durante os oito meses seguintes, os Acolhua sacrificaram e comeram os prisioneiros. Entre as vítimas, estavam homens, mulheres e crianças da Europa; indivíduos dos povos Maia, Tlaxcaltec e Totonac (que eram aliados dos espanhóis); além de cubanos de ascendência africana e indígena.

Os prisioneiros foram oferecidos em sacrifício ao deus do fogo Xiuhtecuhtli. Os últimos deles foram mortos em janeiro ou fevereiro de 1521. Por volta dessa época, uma colina nas proximidades de Zultépec ficou conhecida como "Tecoaque", ou "onde eles foram comidos" na língua náuatle, falada na região central do México.

Depois disso, os Acolhua fortificaram Zultépec na tentativa de evitar uma vingança espanhola. Mas a estratégia não deu resultado. Sob as ordens do conquistador Hernán Cortés, o soldado Gonzalo de Sandoval liderou um ataque ao local em março de 1521, como retaliação pelas mortes dos prisioneiros. 

Foi quando os espanhóis massacraram os Acolhua. Segundo o pesquisador Enrique Martínez Vargas, evidências mostram que mulheres e crianças que tentaram se esconder  foram mutiladas. Em um trecho de estrada medindo cerca de 120 metros de comprimento, os arqueólogos encontraram uma dúzia de esqueletos de mulheres que aparentemente morreram protegendo dez crianças entre cinco e seis anos de idade.


Fonte: Live Science

Imagem: Melitón Tapia/INAH/Reprodução