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Evidência mais antiga de um calendário maia é encontrada em pirâmide na Guatemala

Descoberta sugere que aquela civilização organizava o tempo de forma ritual muito antes do que se acreditava
Por History Channel Brasil em 13 de Abril de 2022 às 22:02 HS
Evidência mais antiga de um calendário maia é encontrada em pirâmide na Guatemala-0

Pesquisadores encontraram a evidência mais antiga de um calendário maia durante escavações na Guatemala. Trata-se de uma inscrição incompleta contida em um mural descoberto dentro de uma pirâmide em San Bartolo. Os especialistas do Projeto Arqueológico Regional San Bartolo-Xultun estimam que os fragmentos tenham cerca de 2220 anos. 

Calendário maia e o fim do mundo

O estudo sobre a descoberta foi publicado no periódico científico Science Advances. A pirâmide em questão é chamada de "Las Pinturas" devido aos murais ricamente decorados que estampam as paredes de uma de suas câmaras. De acordo com os arqueólogos, os fragmentos encontrados contêm o símbolo "7 Manik'" (ou “Veado 7”). A inscrição indica uma das datas do calendário sagrado, que é composto por 260 dias. 

O calendário é dividido em 13 ciclos de 20 dias, sendo que cada dia de um ciclo leva o nome de um animal. Os autores acreditam que o símbolo "7 Manik'" indica a mais antiga representação sobrevivente do calendário, tendo sido sido feita cerca de 150 anos antes dos outros exemplares mais velhos já descobertos. O calendário ficou tão enraizado na cultura local que sobreviveu a cinco séculos de colonização e continua a ser usado por algumas populações indígenas até hoje. 

No início do século XXI, o calendário se popularizou devido aos rumores de que ele previa que o mundo acabaria no dia 21 de dezembro de 2012. A data encerraria um longo ciclo do calendário maia, o "13º B'ak'tun", que havia começado 400 anos antes. Na verdade, a interpretação do apocalipse iminente se baseava no fato de que aquele era o último dia do calendário criado pelos maias, que não registrava outras datas depois disso (ao todo, ele contabiliza 5125 anos). Mas, estudiosos acreditam que isso significava apenas uma alternância entre ciclos, e não o fim do mundo.

Fontes
IFLScience e El País
Imagens
iStock