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Inscrições vikings de 1200 anos alertariam sobre perigo das mudanças climáticas

Por History Channel Brasil em 04 de Fevereiro de 2020 às 19:30 HS
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A Pedra de Rök é um monumento histórico de 5 toneladas e cerca de 2,5 metros de altura localizado na Suécia. Possivelmente erguido por vikings no ano 800 d.C., ele apresenta uma série de inscrições feitas no antigo alfabeto rúnico. Acredita-se que esses escritos abordem a mitologia nórdica, mas um novo estudo sugere que o texto gravado na rocha também servia como alerta para os perigos das mudanças climáticas.

O monumento, que teria sido erguido como homenagem ao filho morto de um viking, contém mais de 700 runas muito bem preservadas e legíveis. As inscrições formam um poema enigmático que descreve batalhas e cita os atos heróicos de um homem chamado Teodorico (estudiosos acreditam que trata-se de Teodorico, o Grande, rei dos ostrogodos no século VI d.C). O sentido do texto nunca foi totalmente decifrado, mas a nova pesquisa aponta que ele está relacionado a temores sobre a repetição de uma crise causada pelo clima ocorrida 300 anos antes.

Os cientistas chegaram à conclusão de que o texto se refere a uma catástrofe provocada pelo frio extremo que atingiu a Escandinávia entre os anos 536 e 550. A crise ocorreu após uma série de eventos vulcânicos que fizeram com que as temperaturas médias despencassem. Com isso, colheitas foram arruinadas, provocando fome e extinção em massa. Estima-se que a população da Península Escandinava tenha diminuído 50% ou mais durante o período.

A memória coletiva a respeito dessa tragédia teria sido passada de geração em geração, até ser registrada em forma de texto na Pedra de Rök. O poema alertaria para os perigos de um novo fenômeno climático parecido voltar a acontecer. "A chave para desvendar a inscrição foi a abordagem interdisciplinar. Sem essas colaborações entre análise textual, arqueologia, história das religiões e runologia, seria impossível decifrar os enigmas da pedra rúnica de Rök", disse Per Holmberg, professor de sueco na Universidade de Gotemburgo, que liderou o estudo.


Fontes: CNN e Gizmodo

Imagem: Shutterstock.com