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Túmulos de monarcas da época do Rei Artur são encontrados na Grã-Bretanha, diz estudo

Sepulturas teriam sido usadas para enterrar governantes que viveram na era pós-romana
Por History Channel Brasil em 01 de Abril de 2022 às 12:49 HS
Túmulos de monarcas da época do Rei Artur são encontrados na Grã-Bretanha, diz estudo-0

Pesquisadores acreditam que podem ter identificado dezenas de túmulos de reis britânicos que viveram durante a era pós-romana, entre os séculos V e VI. De acordo com a lenda, essa foi a época em que pode ter vivido o mítico Rei Artur. As sepulturas foram encontradas no País de Gales e nas regiões inglesas da Cornualha, Devon e Somerset.

Enterros cristãos

O estudo que relata as descobertas foi assinado por Ken Dark, professor emérito de arqueologia e história da Universidade de Reading, no Reino Unido. Sua pesquisa identificou 65 túmulos que podem ter sido usados para enterrar reis britânicos pós-romanos e suas famílias. Todas as sepulturas foram encontradas em locais onde reinos celtas britânicos floresceram após o fim da ocupação do Império Romano, em 410 d.C.

Dark suspeita que os túmulos sejam de reis devido a diferenças sutis em relação a outras sepulturas próximas que datam do mesmo período. Ao contrário da maioria delas, os túmulos reais são cercados por valas retangulares ou quadradas e parecem ter tido portões, calçadas e cercas. Eles também apresentam evidências de que a sua volta havia postes de madeira e poços revestidos de pedra.

Na era pós-romana, os britânicos continuaram a governar nas regiões onde hoje se situam o oeste da Inglaterra, o País de Gales e partes da Escócia. Ao mesmo tempo, os invasores anglo-saxões se estabeleceram no leste. Mas os rituais funerários praticados pelos dois povos eram bastante diferentes. Segundo Dark, enquanto os governantes anglo-saxões da época eram enterrados em sepulturas suntuosas, recebendo presentes valiosos, os britânicos cristãos consideravam esse costume como uma prática pagã.

Morte do Rei Artur (John Garrick, 1862)
A Morte do Rei Artur (John Garrick, 1862)

Dark sugere que os túmulos reais britânicos ainda não haviam sido identificados justamente porque são mais simples do que os anglo-saxões. O pesquisador acredita que os celtas consideravam anticristã a prática de ostentar riqueza ao enterrar seus governantes. Em vez disso, membros de sua realeza seriam enterrados em sepulturas simples e sem adornos, ao lado de cristãos comuns.

As lendas do Rei Artur, que lutou contra os saxões e era supostamente britânico e cristão, se passam nesse mesmo período pós-romano. Embora a maioria dos historiadores acredite que ele era apenas um mito, Dark acha possível que ele tenha realmente existido, pois o nome "Artur" se tornou popular entre as realezas britânica e irlandesa no século VI. Talvez isso tenha acontecido como forma de homenagem ao governante.

Fontes
Live Science, BBC e All That Interesting
Imagens
iStock e Domínio Público, via Wikimedia Commons