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Morre Maria Quitéria, a "Joana d'Arc brasileira"

Por History Channel Brasil em 27 de Junho de 2019 às 17:17 HS
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No dia 21 de agosto de 1853 morria, em Salvador, Maria Quitéria de Jesus, militar brasileira, heroína da Guerra da Independência. Também chamada "Joana d Arc brasileira" e patronesse do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro. Nascida no dia 27 de julho de 1792, em Feira de Santana (BA), Maria Quitéria era noiva quando, entre 1821 e 1822, começaram as movimentações na Bahia contra o domínio de Portugal. Em meio a esse momento, Maria Quitéria pediu ao seu pai, o velho Gonçalo, viúvo, autorização para se alistar no "Exército Libertador". Como seu pedido foi negado pelo pai, ela fugiu para a casa da meia-irmã, Teresa Maria e, lá, cortou os cabelos. Trajada como homem, ela se alistou com o nome de Medeiros, no Regimento de Artilharia, onde foi encontrada pelo pai duas semanas depois. O Major José Antônio da Silva Castro defendeu sua permanência à tropa, pois Maria Quitéria possuía facilidade no manejo das armas e tinha disciplina militar. Ela seguiu com o batalhão para participar da defesa da ilha de Maré e depois foi para Conceição, Pituba e Itapoã. Em fevereiro de 1823, participou com bravura do combate da Pituba, quando atacou uma trincheira inimiga, onde fez prisioneiros portugueses. Em 31 de março, no posto de cadete, recebeu uma espada e acessórios. Em 2 de julho de 1823, quando o Exército Libertador entrou em triunfo em Salvador, Maria Quitéria foi saudada e homenageada pela população. Além disso, recebeu a autorização de portar uma espada. No dia 20 de agosto, foi recebida no Rio de Janeiro pelo imperador, que a condecorou com a Imperial Ordem do Cruzeiro, no grau de cavaleiro. Mais tarde, Maria Quitéria foi perdoada pelo pai e se casou com um antigo namorado, o lavrador Gabriel Pereira de Brito, com quem teve uma filha, Luísa Maria da Conceição. Mais tarde, quando era viúva, ela se mudou para Feira de Santana em 1835, onde tentou receber parte da herança do pai, falecido no ano anterior. Porém, diante da lentidão da Justiça, ela foi para Salvador, onde morrreu aos 61 anos, quase cega e no anonimato. Seus restos mortais estão na Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento e Sant Ana, em Salvador.


Imagem: [Domínio público], via Wikimedia Commons