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Soldado britânico teria poupado vida de Hitler na Primeira Guerra

Por History Channel Brasil em 26 de Julho de 2019 às 13:07 HS
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Em 28 de setembro de 1918, em um incidente iria entrar para os "contos" da I Guerra Mundial, embora os detalhes deste fato não sejam muito claros até hoje. Naquele dia, o soldado britânico Henry Tandey estava servindo perto da aldeia francesa de Marcoing, onde supostamente encontrou um soldado alemão ferido. Ele se recusou a matá-lo, poupando a vida de quem supostamente seria Adolf Hitler, então com 29 anos de idade.
 
Tandey, natural de Warwickshire, participou na Primeira Batalha de Ypres, em outubro de 1914, e da Batalha do Somme, em 1916, onde foi ferido na perna. Depois de liberado do hospital, foi transferido para o 9º Batalhão, na França, e foi ferido novamente durante a terceira batalha de Ypres, em Passchendaele, no verão de 1917. De julho a outubro de 1918, Tandey serviu ao 5o. Regimento do Duque de Wellington. Nessa época, ele participou da vitoriosa captura britânica de Marcoing, que lhe rendeu uma condecoração por bravura. Como Tandey disse mais tarde a algumas fontes, durante os momentos finais dessa batalha, como as tropas alemãs estavam em retirada, um soldado alemão ferido entrou em sua linha de fogo. "Eu mirei, mas não consegui atirar em um homem ferido", disse Tandey, "assim, eu o deixei ir". O soldado alemão acenou em agradecimento e desapareceu.
 
Embora não existam fontes para provar onde Adolf Hitler estava naquele dia, em 1918, um fato  intrigante foi adicionado à história do soldado britânico. Uma fotografia que apareceu nos jornais de Londres, com Tandey carregando um soldado ferido em Ypres, em 1914, foi, posteriormente, retratada em tela pelo artista italiano Fortunino Matania, glorificando o esforço de guerra dos Aliados. Mais tarde, quando o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain viajou para a Alemanha, em 1938, para se encontrar com Hitler em um último esforço para evitar uma nova guerra na Europa, ele foi levado pelo Führer para seu novo retiro campestre, na Baviera. Lá, Hitler mostrou a Chamberlain sua cópia da pintura de Matania, comentando: "esse é o homem que quase atirou em mim".
 
A autenticidade do encontro Tandey-Hitler ainda é controversa, apesar de evidências que sugerem que Hitler possuía uma reprodução da pintura Matania, já em 1937, uma aquisição estranha para um homem com sentimentos de vingança e devastado pela derrota alemã para os Aliados na Primeira Guerra. Duas vezes condecorado como soldado, Hitler ficou temporariamente cego após um ataque com gás mostarda na Bélgica, em outubro de 1918, e estava em um hospital militar em Pacewalk, na Alemanha, quando recebeu a notícia da rendição alemã. Suas experiências de batalha e, finalmente, desilusão e desânimo, iriam nortear o resto da sua vida, como ele admitiu em 1941, depois de liderar seu país em novo conflito devastador: "Quando voltei da guerra, eu trouxe de volta para casa as minhas experiências no front; delas, construí minha comunidade nacional-socialista."
 

Imagem: [Domínio público], via Wikimedia Commons