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10 fatos sobre “O Papa do Povo” que você não conhece

Por History Channel Brasil em 18 de Novembro de 2015 às 03:04 HS
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Ele tem sido chamado de o Papa para todas as pessoas, e é verdade: o Papa Francisco, a autoridade maior da Igreja Católica, estendeu sua mão e cativou pessoas do mundo todo e de todas as tradições religiosas. Algumas de suas declarações ousadas como “Quem sou eu para julgar?” com relação ao homossexualismo, e atos como lavar os pés de pessoas de diferentes fés e culturas em um centro de detenção durante a Quinta-feira Santa, dizem muito sobre suas crenças e sobre como ele interpreta a doutrina da Igreja. Indo além das manchetes, passamos a conhecer um homem que é ainda mais intrigante, com fatos de sua vida antes do papado que nos ajudam a entender o pontífice e sua vida pública. Abaixo, seguem 10 fatos que você deve saber sobre o Papa Francisco: 

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1. O papado coloca Francisco em uma trajetória cíclica e lógica, do ponto de vista geográfico
O trono do papado é no Vaticano, uma cidade-estado dentro de Roma, na Itália. E Francisco, apesar de ser argentino, é descendente de imigrantes italianos, batizado como Jorge Bergoglio. Por isso, sua ascendência no papado o leva de volta às suas origens familiares. Mas suas origens italianas não lhe trouxeram necessariamente vantagens quando o assunto é falar italiano. Embora ele seja considerado fluente na língua e exerça quase todas suas funções públicas em italiano, Francisco diz que cresceu ouvindo seu pai e seus avós maternos falando um dialeto específico da região italiana de Piemonte. Espanhol é sua língua oficial e ele é proficiente em alemão.

2. Antes de ser papa, ele era técnico em química
Quando o Papa Francisco emitiu sua carta encíclica sobre o meio ambiente neste ano, candidatos republicanos à presidência dos EUA o criticaram, e Rick Satorum disse em um talk show na TV que o Papa deveria “deixar a ciência para os cientistas”. Certamente, Santorum não sabia o que milhares de pessoas, algumas já prontas para gerar um inteligente meme na internet, já sabiam: o Papa Francisco era bem treinado em ciência. Antes de tomar a decisão de entrar para o seminário, ele se formou em tecnologia química e trabalhou como técnico nessa área.

3. Sua mãe não queria que ele entrasse para o seminário
Inicialmente, sua mãe não deu sua bênção quando seu filho decidiu virar seminarista. Na verdade, ela passou vários anos resistindo a isso, nunca o visitando no seminário até ele ser ordenado. Uma dona de casa que cuidava de Bergoglio e de seus quatro irmãos, a mãe do futuro papa achou simplesmente que seu filho tinha tomado uma decisão precipitada em seguir uma carreira religiosa.

4. Ele sempre rejeitou uma vida de luxo
Várias histórias sobre a humildade do Papa Francisco e seu asceticismo relativo circularam rapidamente pela imprensa internacional antes de sua eleição ao papado pelo conclave de cardeais. Entre elas: ele voltou para a pensão onde estava se hospedando durante o conclave para pagar as contas; ele rejeitou a residência papal de luxo que foi o lar tradicional dos Papas por mais de um século, optando por viver em um apartamento comparativamente mais simples. Ele também disse que “preferia viajar com as pessoas no ônibus” em vez de ser levado do conclave por um chofer particular em uma limusine. Mas sua rejeição ao luxo não é nenhuma novidade. Mesmo enquanto padre e depois bispo e cardeal na Argentina, o Papa Francisco – na época apenas Jorge Bergoglio – era conhecido por pegar o metrô e o ônibus e viver em acomodações mais modestas que as residências oficiais oferecidas a ele. Ele fazia até mesmo suas próprias refeições.

5. Sua vida como padre também teve controvérsias
Embora admirado em todo o mundo, nem todos amam o Papa Francisco incondicionalmente. Alguns argentinos, em especial, têm palavras duras para o Papa, quem eles criticam por não ter sido mais aberto com relação à chamada Guerra Suja na Argentina, uma campanha liderada pela ditadura do país contra os dissidentes do governo. A Igreja Católica é acusada de ter sido cúmplice e apoiadora da ditadura, e Bergoglio foi alvo de críticas de sobreviventes da Guerra Suja, familiares das vítimas e do público em geral, que acreditam que ele deveria ter feito mais para prevenir as atrocidades ocorridas. Eles alegam, principalmente, que ele deveria ter intervido na libertação de Francisco Jalics e Orlando Yorio, dois padres que foram sequestrados e detidos pela ditadura por cinco meses. O Papa Francisco diz que trabalhou dentro da Igreja para dar proteção e apoio ao máximo de padres possíveis, ajudando até alguns a deixar o país durante a ditadura. No início deste ano, ele abriu um inquérito no Vaticano sobre esse capítulo específico da Igreja e da história argentina, ordenando que a primeira tornasse disponível ao público seus arquivos sobre a Guerra Suja.

6. O Papa Francisco nunca temeu iniciativas ousadas... ... e até o momento seu papado comprova isso
Desde rebaixar e excomungar membros do clérigo que quebraram seus votos de pobreza e implementar uma reforma radical com relação à transparência financeira do Vaticano até enfrentar a Máfia (“Mafiosos não estão em comunhão com Deus. Eles são excomungados”, ele declarou em junho do ano passado), o Papa Francisco tem lidado com questões controversas – e até perigosas – e as assumindo com ousadia.

7. Evangelismo Interconfessional não é novidade para esse Papa
Muito antes de ascender ao papado, Francisco se interessava por iniciativas interconfessionais. Desde que se tornou Papa, em 2013, Francisco estendeu a mão para pessoas de várias crenças – e sem crenças – em atos que foram elogiados pela imprensa. Mas sua abertura ao diálogo interconfessional e seu esforço não são nenhuma novidade para ele. Francisco escreveu o livro “Sobre o Céu e a Terra” com o rabino Abraham Storka, que se tornou seu amigo íntimo durante os vinte anos em que se conhecem, e ele criou e participou de vários projetos e programas interconfessionais.

8. Combater a pobreza tem sido seu alvo principal
Desde que chegou ao Vaticano, o Papa Francisco tem colocado as pessoas pobres no centro de sua agenda global, e, com frequência, tem sido motivo de manchetes na imprensa por oferecer apoio concreto a pessoas necessitadas. Como exemplo, ele colocou chuveiros no Vaticano para pessoas sem-teto e há relatos de que ele dá uma “escapadinha” à noite para visitar moradores de rua. No seu aniversário, ele comemorou distribuindo sacos de dormir para 400 sem-teto. O Papa também incentivou seus seguidores a fazer o mesmo, dizendo “A todos nós, todos os dias, são apresentadas as opções de sermos Bons Samaritanos ou transeuntes indiferentes”, embora ele também os tenha advertido para não se tornarem “protetores paternalistas”, o que, segundo Francisco, impede as pessoas de crescerem.

9. As beatificações do Papa Francisco realçam suas crenças
Embora só algumas de suas beatificações tenham sido amplamente divulgadas, ele já canonizou 42 pessoas, e tem planos para conferir santidade a mais 8 até o final do ano. As pessoas que ele escolheu para a beatificação são de origens variadas, como África do Sul, Líbano, Croácia, Coreia do Sul e El Salvador, entre outros países. Ao contrário de seus antecessores, que canonizavam pessoas que estavam mortas há mais de um século, um número significativo de novos santos, incluindo Bento Daswa, da África do Sul, e o arcebispo salvadorenho Oscar Romero, morreram no século XX defendendo suas crenças. As escolhas do Papa para novos santos afirma o precedente de seu papado com relação à inclusão e à conscientização daqueles que muitas vezes foram esquecidos ou marginalizados pela Igreja.

10. O Papa Francisco não vai se manter em seu púlpito para sempre
O pontífice possui, atualmente, 78 anos, e, embora esteja há quase três anos no papado, ele já deu sinais de que não planeja ocupar o posto ad infinitum. Em uma entrevista transmitida durante o segundo aniversário de sua eleição pelo conclave, o Papa Francisco disse: “Eu tenho a sensação de que meu pontificado será breve – quatro ou cinco anos, ou até mesmo dois ou três”. Sua saúde é relatada como boa, no geral, mas alguns médicos acreditam que a remoção de parte de um de seus pulmões – uma cirurgia realizada quando ele era ainda jovem – pode contribuir para alguns problemas de saúde, como a fadiga e problemas menores, que causaram o cancelamento de algumas aparições públicas no ano passado – o que pode ser também consequência de uma rotina desgastante. O Papa acorda às 4h30 todos os dias e tem uma agenda cheia de atividades, incluindo viagens.

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Imagem: MikeDotta/Shutterstock.com