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Pesquisadores podem ter descoberto origem de sinais vindos do espaço

Por History Channel Brasil em 05 de Fevereiro de 2018 às 19:41 HS
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Rajadas rápidas de rádio (FRBs, na sigla em inglês) são intensas explosões de ondas de rádio que geralmente duram milésimos de segundos e podem emitir mais energia do que a gerada pelo sol em horas, dias ou até semanas. As FRBs foram descobertas em 2007 e cientistas acreditam que possam ocorrer 10.000 delas por dia, apesar de terem detectado apenas cerca de 20 desde então. 

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Uma dessas rajadas, denominada FRB 121102, foi estudada minuciosamente por cientistas, que acabaram de publicar suas descobertas na revista Nature. Isso porque, de todas já detectadas, ela é a única que se repete. Desde sua descoberta, em 2012, já ocorreram mais de 200 explosões, capturadas pelo Radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, e o Observatório de Green Bank, nos Estados Unidos. 

Apesar dos estudos, a forma como as FRBs são formadas permanecia um mistério. Devido a sua rapidez, é difícil determinar de onde exatamente elas partem. Entre as possibilidades, estavam eventos cataclísmicos, como a evaporação de buracos negros ou a colisões entre estrelas de nêutrons. Mas agora os cientistas acreditam, enfim, ter descoberto a origem de uma dessas emissões: uma estrela de nêutrons localizada perto de um campo magnético extremamente poderoso, a 3 bilhões de anos-luz da Terra.  

Estudando as emissões da FRB 121102, os pesquisadores focaram em uma característica de ondas de rádio chamada polarização. Quando as ondas de rádio passam por um plasma magnetizado ou por uma nuvem de partículas eletricamente carregadas, a direção em que elas são polarizadas pode retorcer. Esse efeito é chamado de rotação Faraday.

Essa extrema retorcida sugere que as explosões da FRB 121102 atravessaram um plasma extremamente quente e com um campo magnético muito forte. Plasmas como esses podem existir perto de um buraco negro com mais de 10 mil vezes a massa do sol ou nos restos de uma supernova, de acordo com os pesquisadores. Com o uso de telescópios, os cientistas esperam agora descobrir se o fênomeno tem mais de uma origem física. 


Fonte: Space

Imagem: pixelparticle/Shutterstock.com