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Tomografia revela violento fim de gato mumificado no Egito há dois mil anos

Por History Channel Brasil em 21 de Agosto de 2020 às 16:52 HS
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Usando equipamentos de tomografia computadorizada, pesquisadores dissecaram digitalmente três animais mumificados no Egito. As imagens de alta resolução em 3D revelaram detalhes sem precedentes sobre esses animais, que viveram há mais de dois mil anos. Até o modo como eles morreram foi desvendado.

Os três animais - uma cobra, um pássaro e um gato - pertencem à coleção do Centro Egípcio da Universidade de Swansea, no País de Gales. As múmias já haviam sido investigadas anteriormente, mas ainda faltava descobrir muitas coisas a respeito delas. Agora, graças à microtomografia computadorizada de raios-X, que gera imagens 3D com resolução 100 vezes maior do que uma tomografia computadorizada médica, os restos mortais puderam ser analisados em detalhes extraordinários.

Além de corpos humanos, os antigos egípcios também mumificavam animais mortos, como gatos, íbis, falcões, cobras, crocodilos e cães. Às vezes, eles eram enterrados com seus donos. Mas os animais eram mais comumente mumificados para servirem de oferendas aos deuses.

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Segundo os pesquisadores, os animais eram criados por tratadores ou capturados para depois serem mortos e embalsamados pelos sacerdotes do templo. Acredita-se que cerca de 70 milhões de múmias animais foram criadas dessa maneira. Com a microtomografia das múmias, os pesquisadores descobriram as causas das mortes de dois desses animais, que provavelmente foram sacrificados como oferendas.

O gato era um filhote com menos de 5 meses. A separação das vértebras indica que ele possivelmente foi estrangulado. Já a cobra era uma naja. A análise de fraturas ósseas revelou que ela foi morta ao ser golpeada no chão como um chicote. Depois disso, ela possivelmente passou por um procedimento de 'abertura da boca' durante a mumificação. De acordo com os pesquisadores, essa pode ser a primeira evidência de comportamento ritualístico complexo envolvendo uma cobra. 

Quanto ao pássaro, não foi possível determinar a causa de sua morte.  "Nossas descobertas revelaram novas informações a respeito da mumificação de animais, da religião e das relações entre humanos e animais no antigo Egito", disse a drª Carolyn Graves-Brown, do Centro Egípcio da Universidade de Swansea.


Fonte: Universidade de Swansea, via Eurekalert

Imagens: Universidade de Swansea/Divulgação