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A Grande Morte: estudo encontra a causa da pior extinção em massa do planeta

Mais de 90% das espécies marinhas e até 75% das espécies terrestres desapareceram há cerca de 252 milhões de anos
Por History Channel Brasil em 01 de Outubro de 2021 às 18:08 HS
A Grande Morte: estudo encontra a causa da pior extinção em massa do planeta-0

Embora há cerca de 66 milhões de anos o impacto de um asteroide gigantesco contra a península de Yucatán, no México, tenha dado origem ao fim do império dos dinossauros, o cataclismo não representou, como costuma se acreditar, a maior extinção em massa de espécies na Terra. Anteriormente, um evento ainda mais catastrófico havia afetado nosso planeta. Agora, um novo estudo aponta suas causas.

Pior extinção em massa

Perto do final do Permiano, há cerca de 252 milhões de anos, ocorreu uma extinção em massa, considerada até hoje a mais séria já registrada em nível planetário. Foi quando mais de 90% das espécies marinhas desapareceram e o mesmo aconteceu com 75% das espécies terrestres.

A série de eventos que quase eliminou toda a vida planetária é conhecida no campo científico como The Great Dying (A Grande Morte). O fenômeno foi marcado por enormes erupções vulcânicas que cobriram toda a atual região da Sibéria com lava, uma área de aproximadamente 7 milhões de quilômetros quadrados. No entanto, até agora não havia sido possível explicar o mecanismo pelo qual as erupções vulcânicas forçaram o desaparecimento de tantas espécies, muito diferentes umas das outras, no mar e na terra.

Fóssil de peixe

O novo estudo conseguiu determinar que as partículas de níquel que dispersaram as erupções foram as responsáveis pela Grande Morte. Segundo a pesquisa, publicada na revista científica Nature Communications, o níquel expulso atingiu as grandes concentrações de água do mundo e envenenou seres vivos até a morte. O mesmo aconteceu com animais terrestres, que morreram respirando as partículas de níquel dispersas na forma de aerossol.

“Os resultados do estudo fornecem fortes evidências de que as partículas ricas em níquel foram aerossolizadas e amplamente dispersas, tanto pela atmosfera quanto no oceano”, disse Laura Wasylenki, professora da Northern Arizona University e coautura da pesquisa. “O níquel é um  metal essencial para muitos organismos, mas sua abundância excessiva teria levado a um aumento incomum na produtividade de metanógenos, micro-organismos que produzem gás metano. O aumento do metano teria sido tremendamente prejudicial para todas as vidas dependentes de oxigênio”, completou.
 

Fontes
La Nación, Big Think e Northern Arizona University
Imagens
iStock