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Festa ostentação que parou o Rio de Janeiro em 1889 marcou o fim da monarquia no Brasil

O Império acabou derrubado por alguém que não foi convidado para o Baile da Ilha Fiscal
Por Thiago Gomide, do Tá Na História em 07 de Fevereiro de 2022 às 17:38 HS
Festa ostentação que parou o Rio de Janeiro em 1889 marcou o fim da monarquia no Brasil-0

Festa ostentação que parou o Rio de Janeiro em 1889 marcou o fim da monarquia no Brasil - 1

Se você acha que já foi a uma festa incrível, vai repensar isso depois de saber todos os detalhes do último baile do Império, que aconteceu em 9 de novembro de 1889.

A ideia da festa foi de Visconde de Ouro Preto, um tipo de super ministro da época.

O objetivo era mostrar que estava tudo bem com Dom Pedro II. Que nada estava pegando. A realidade, como sabemos, era bem diferente disso.

O que foi passado para a população é que o festejo seria uma homenagem aos oficiais de um navio chileno. Também bobagem: todo mundo sabia que era pra comemorar as bodas de prata da Princesa Isabel e do Conde D´Eu.

Até pensou-se fazer a festa em Petrópolis ou até mesmo no Paço Imperial, mas, olhando para segurança, decidiu-se pela Ilha Fiscal, antiga “Ilha dos Ratos”.

Essa festa parou o Rio de Janeiro.

Os cabeleireiros mais badalados, franceses, ficaram esgotados. Os homens faziam fila em barbeiros para melhorar o visual.

As lojas de roupas chiques, na Rua do Ouvidor, a Oscar Freire do final do século XIX e começo do XX, venderam o que dava e o que não dava.

Joias eram arrebatadas.

Nenhum dos 2000 convidados queria passar desapercebido.

E a ostentação no cardápio chamou atenção: 800 quilos de camarão, 800 lagostas, 800 latas de trufas, 1.300 frangos, que ninguém é de ferro, 188 caixas de vinhos, 80 caixas de champanhe, 10 mil litros de cerveja...

Outra curiosidade: uma pessoa que não foi convidada acabou sendo um dos líderes da queda do Império alguns dias depois. 

Quer saber mais? Aperta o play!


THIAGO GOMIDE é historiador e jornalista. Pós-graduado em História do Brasil e Mestre em História, Bens Culturais e Política pela FGV. Foi apresentador e editor do Canal Futura e diretor da MultiRio, ambos dedicados à educação. Além de ser o responsável pelo conteúdo do Tá na História, atualmente assina a coluna "Coisas do Rio", no jornal O Dia, e é presidente da rádio Roquette-Pinto.

A proposta do Tá na História é oferecer conteúdos que promovam conhecimento sobre personagens e fatos históricos, principalmente do Brasil. Tudo isso, claro, com bom humor e muita curiosidade. 


 

Imagens
Domínio Público, via Wikimedia Commons