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Mistério: o que explica os artefatos egípcios que surgem do solo em escola escocesa?

Durante um período de 30 anos, diversos objetos milenares foram encontrados no local
Por History Channel Brasil em 28 de Novembro de 2023 às 11:45 HS
Mistério: o que explica os artefatos egípcios que surgem do solo em escola escocesa?-0

Em 1984, ao usar um detector de metais no terreno da escola onde estudava, na cidade de Fife, na Escócia, um adolescente encontrou uma estatueta de bronze no formato de um homem. Após análises, especialistas do Museu Nacional do país identificaram que a peça era uma relíquia arqueológica do Antigo Egito. Misteriosamente, esse não foi o primeiro e nem seria o último artefato egípcio a aparecer no local.

Artefatos descobertos por acaso

A escola funcionava em Melville House, uma mansão encomendada pelo primeiro Conde de Melville em 1697. Após consultar colegas, Elizabeth Goring, curadora do museu, descobriu que objetos egípcios haviam sido encontrados nos terrenos daquela casa em duas ocasiões anteriores. A primeira foi em 1952, quando um garoto que estava de castigo colhendo batatas achou uma cabeça de estátua de arenito vermelho, datada da 12ª Dinastia.

Artefatos egípcios encontrados na escola
Artefatos egípcios encontrados na escola

A descoberta da segunda peça aconteceu em 1966, quando um menino aterrissou em uma estatueta votiva de bronze de um touro ao fazer exercícios de saltos durante uma aula de educação física. O professor responsável, que por coincidência era o próprio menino que havia encontrado a cabeça de arenito em 1952, levou o objeto para o museu para identificação.

Ao saber dessas histórias, Goring organizou uma investigação do local e posteriormente descobriu vários outros objetos, desde a parte superior de uma estatueta da deusa Ísis amamentando seu filho Hórus até parte de uma placa de com o Olho de Hórus. "Descobrir objetos do antigo Egito em Fife é claramente inesperado, e a pesquisa subsequente para estabelecer as origens da coleção proporcionou uma história fascinante, embora ainda envolva mistérios que talvez nunca sejam resolvidos", disse a curadora, que é autora de um estudo sobre as descobertas, publicado agora no periódico Proceedings of the Society of Antiquaries of Scotland.

Uma possível explicação de como esses objetos acabaram enterrados na Melville House é que eles podem ter sido adquiridos por Alexander, Lorde Balgonie (1831-1857), herdeiro da propriedade. Ele visitou o Egito em 1856 com suas duas irmãs para tentar melhorar sua saúde, que ficou debilitada após servir na Guerra da Crimeia. A hipótese é que esses artefatos tenham sido esquecidos em algum cômodo que foi demolido após a morte do lorde e acabaram se perdendo junto com as ruínas. 

Fontes
Museu Nacional da Escócia
Imagens
Museu Nacional da Escócia/Divulgação