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Evidência mais antiga de um humano fora da África é descoberta na Grécia

Por History Channel Brasil em 11 de Julho de 2019 às 19:12 HS
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Uma descoberta feita em uma caverna da Grécia pode mudar tudo o que se sabia sobre a migração humana para a Europa. Lá foi encontrado um crânio de 210 mil anos, a mais antiga evidência da presença do homo sapiens fora da África. Isso indica que os homens modernos deixaram aquele continente antes do que se imaginava.

No mesmo local, foi encontrado um crânio neandertal cerca de 40 mil anos mais jovem. De acordo com os pesquisadores, a descoberta sugere que essa migração específica do homo sapiens não foi bem sucedida. Isso porque a população a qual esse indivíduo pertencia foi substituída por neandertais, que ocuparam a mesma caverna. Além disso, não há evidências genéticas de que os humanos pioneiros que viveram naquele lugar deixaram descendentes.

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Anteriormente, evidências de migrações humanas modernas fora da África também foram descobertas em Israel, onde foi encontrada uma mandíbula que tem entre 194 e 177 mil anos de idade. "Acreditamos que esses primeiros migrantes não contribuíram realmente para os seres humanos modernos que vivem fora da África hoje, mas morreram e provavelmente foram substituídos pelos neandertais", disse Katerina Harvati, paleoantrópologa da Universidade de Tübingen, que liderou o projeto.

Os crânios foram encontrados na caverna grega de Apidima nos anos 1970, mas só recentemente foram analisados com profundidade. A classificação de um deles como sendo de um homo sapiens foi recebida com ceticismo por alguns especialistas. O paleoantropologista espanhol Juan Luis Arsuag disse não estar convencido de que o crânio pertencia a um humano moderno. "O fóssil é muito fragmentado e incompleto para uma afirmação tão forte", afirmou. "Na ciência, alegações extraordinárias exigem provas extraordinárias. Uma caixa craniana parcial, sem a base do crânio e a totalidade do rosto, não é uma evidência extraordinária, na minha opinião", completou. 


Fontes: Live Science e The Guardian

Imagem: Katerina Harvati/Eberhard Karls/University of Tübingen/Reprodução