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Pesquisa identifica DNA de aborígenes australianos em indígenas brasileiros

Novo estudo aponta que esses traços genéticos são mais abrangentes do que se imaginava
Por History Channel Brasil em 23 de Abril de 2021 às 18:09 HS
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Uma nova pesquisa confirmou que indígenas brasileiros carregam traços genéticos de aborígenes da Austrália. Essa herança ancestral está presente no DNA de membros de diferentes tribos. O estudo, liderado pela geneticista Tábita Hünemeier, da Universidade de São Paulo (USP), foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

DNA australiano em índios brasileiros

Em 2015, outro estudo do qual Tábita participou já havia encontrado um elo genético que unia povos da Australásia e duas tribos brasileiras, os Karitiana e os Suruí. O novo estudo aponta que esses traços de DNA são ainda mais abrangentes do que se pensava anteriormente. A ancestralidade australiana também está presente nos Xavante, Guarani Kaiowá e até mesmo no povo Chotuna, do Peru.

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O marcador genético compartilhado entre tribos da Australásia e da América do Sul foi apelidado de "sinal Y", inicial de "Ypikuéra", palavra do povo tupi que significa "ancestral". No novo estudo, os cientistas pesquisaram informações genéticas de 383 indígenas de diferentes partes da América do Sul. A equipe aplicou métodos estatísticos que confirmaram que algumas populações nativas americanas apresentam similaridades genéticas com os Australasianos (povos indígenas da Austrália, Melanésia, Nova Guiné e Ilhas Andaman no Oceano Índico).

Mas como populações da Australásia chegaram à América do Sul? Os pesquisadores teorizam que, há cerca de 20 mil anos, os povos antigos que cruzaram o estreito de Bering, entre a Ásia e a América do Norte, trouxeram o DNA australiano com eles. Esse grupo seria composto por indivíduos mestiços, resultado do cruzamento de populações nativas do Sudeste Asiático (descendentes de um ramo-irmão dos ancestrais dos povos da Oceania e sul da Ásia) com grupos que viviam na Beríngia, a extensão de terra que conectava a Sibéria ao Alasca.

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Fontes: All That is Interesting, Live Science e Revista Pesquisa Fapesp

Imagens: Marcelo Camargo/Agência Brasil e Leonardo Prado/Funai/Reprodução