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Experimento com porcos demonstra que o processo de morte pode ser revertido

Cientistas foram capazes de restaurar funções vitais de órgãos dos suínos uma hora depois que os animais haviam morrido
Por History Channel Brasil em 03 de Agosto de 2022 às 18:29 HS
Experimento com porcos demonstra que o processo de morte pode ser revertido-0

Pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, conseguiram reverter parcialmente o processo de morte celular. Os cientistas foram capazes de restaurar funções vitais de órgãos dos suínos uma hora depois que os animais morreram. Um estudo detalhando o experimento foi publicado na revista Nature.

Aumento de oferta de órgãos para transplantes

A façanha foi alcançada graças a um novo processo chamado OrganEx. Por meio dele, os cientistas puderam manter vivos os órgãos de porcos recentemente falecidos ao conectar os animais a um sistema de bombas, filtros e circulação de fluidos. O procedimento não restaura a função cerebral dos animais (nem cria "porcos-zumbi"), mas apenas garante que certas funções celulares nos órgãos vitais dos animais continuem funcionando.

Médicos operando um paciente

De acordo com os pesquisadores, o sistema poderia ser usado no futuro para ajudar a preservar e restaurar órgãos humanos doados para transplantes. Com isso, o processo tem o potencial de expandir a oferta de órgãos disponíveis para serem transplantados, pois reverte os danos por insuficiência de fluxo sanguíneo e oxigênio após a morte do doador. Em teoria, o dispositivo também poderia ser usado em humanos vivos para tratar a isquemia (suspensão da irrigação sanguínea numa parte do organismo) que ocorre durante um AVC ou ataque cardíaco.

Mas os cientistas ressaltam que a técnica ainda está longe de ser aplicada em humanos. "Precisamos estudar muito mais detalhadamente o grau em que o dano isquêmico é desfeito em diferentes tipos de órgãos antes de estarmos perto de tentar um experimento como esse em um ser humano que sofreu danos anóxicos (causados por falta de oxigenação do cérebro)", disse Stephen Latham, diretor do Centro Interdisciplinar de Bioética de Yale e coautor do estudo.

Fontes
Live Science e IFLScience
Imagens
iStock